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terça-feira, 11 de maio de 2010

O pouco com Deus é muito

A leitura de textos bíblicos sofre rejeição por uma maioria significativa dos esoteristas e estudiosos das chamadas ciências herméticas. Muitos destes estudiosos procuram passar a impressão que o simples e popular nada tem a ver com a sabedoria que acreditam estar buscando, estar encontrando ou “ter encontrado”. Muitos passam a vida com os olhos fixos na miragem que um Deus elitista representa. Será que vão encontrar algo? Será que distante do que permeia todas as capacidades de compreensão irão encontrar Deus? Será que olhar a Bíblia como uma coisa de textos simples, utilizada por gente simples, de rituais simples – ela é também tudo isso – não representa um olhar sobre o mundo de forma pessoal inteiramente inflacionada? Um Deus que se mostra permanentemente a todos deixa de ser visto por aqueles que continuam a acreditar na serpente, viver pela serpente, com a serpente e, quem sabe um dia, fundir-se de forma substantiva com a serpente. E aí....

A Bíblia toda é um profundo tratado espiritual. Cada capítulo lido com postura agostiniana – buscando sabedoria com simplicidade e humildade de coração - chega a ser tão revelador que a alma fica, às vezes por dias, em estado de graça. E, muitas vezes, encerra em textos muito pequenos ensinamentos que definem com precisão “o que é de César e o que é de Deus”. Vejamos quantos ensinamentos estão contidos na passagem bíblica onde é relatada a multiplicação dos pães e dos peixes - Marcos 6;35-44. Esta passagem nos mostra a diferença entre ter as ações limitadas por as centrarmos nas possibilidades humanas e a ampliação sobrenatural de nosso potencial quando Deus está conosco.

“Já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum alimento.” Eram mais de 5.000 pessoas. O lógico, analisando sob a perspectiva humana, era, já que a noite se avizinhava, dispensar a multidão. A resposta de Jesus foi “daí-lhes vós mesmos de comer.” Mais uma vez os apóstolos, mesmo após a orientação de Deus, raciocinaram de acordo com as limitadas possibilidades humanas e disseram “Iremos comprar duzentos denários de pães para dar-lhes de comer?” Quantos pães tendes ? – perguntou Jesus. Cinco pães e dois peixes – responderam. E com estes poucos pães e dois peixes alimentaram uma multidão de mais de 5.000 pessoas e ainda recolherem o que sobrou em doze cestos.

Não tenho nada, não sei nada, não sou inteligente, nada tenho para oferecer. É um raciocínio comum. Julgar-se incapaz de ajudar o próximo avaliando que o que se tem é pouco. É preciso começar a mudar esta maneira de pensar. Se dedicarmos nossa vida a fazer uma obra de amor, não importa o pouco que temos. Deus não nos faltará. Se for para dar aos que necessitam, o que temos, mesmo que seja pouco, jamais irá faltar. É preciso, entretanto, não esquecer: O que se recebe como resultado de multiplicação de Deus não deve ser desperdiçado.

É preciso acreditar que “sem Deus o muito que temos é pouco. Com Deus o pouco que temos é muito”.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Segredo Real

Muitas vezes a gente mergulha tão profundamente no mundo interior que perde a capacidade de se comunicar. Descobre que tem muito a dizer, mas não consegue. A voz não sai. Foi assim comigo nos últimos quatro meses. Tinha muito a dizer e, ao mesmo tempo, nada a dizer. Enfim, um breve murmuro traz, de novo, o "vivo" ao mundo dos vivos.

As palavras existem apenas no mundo da manifestação. Servem para comunicar o que o mundo manifestado tem para nos falar. E, se deixarmos, não ouviremos mais que vozes que vem do mundo. E, geralmente, só teremos ouvido para as vozes do mundo que nascem dentro de nós mesmos. Estas se projetam, dentro e fora de nós, fruto de nossos desejos e preocupações. Para quem tem a consciência centrada fortemente no mundo manifestado, de reais mesmo só duas coisas possuem: desejos e preocupações. São estas pessoas que buscam sem cessar, e aceitam sem pensar, “segredos” que ensinem a moldar o futuro de acordo com seus desejos. Não importa o que estes segredos ensinam. O fato é que, dando mundo, são aceitos por muitos sem qualquer restrição.

O iludido coloca toda sua esperança e, muitas vezes, sua vida na ilusão. O mundo, e os senhores dele, são mestres em criar ilusões. Estas, por sua vez, aprisionam bilhões de almas. A fábrica de ilusões está a pleno vapor. Não dá nem tempo de esgotar uma ilusão e já aparece outra para nos enfeitiçar. E, de ilusão em ilusão, ou, para ser mais claro, de desilusão em desilusão, a alma caminha para o nada. O que pode sobrar de uma vida vivida na ilusão?

Voltemos ao segredo. A busca do segredo real que conduza a uma vida eternamente feliz é o objetivo deste artigo. Mais uma vez recorremos à carta que Deus nos enviou: A Bíblia. No evangelho de São João, Capítulo 2 que trata das Bodas de Canaã, Maria numa única frase nos dá o segredo de uma vida completa, feliz, protegida por Deus e eternamente abençoada. “Fazei tudo que ele vos mandar.” Fazer a vontade de Deus e buscar sua justiça. Este é único segredo que pode proporcionar uma vida onde nada é perecível.

O vede e vinde é arma do mundo. O vislumbre, mesmo rápido, de algo que excite a mente conduz a alma na direção do desejo de ser, de ter ou de poder. Esta continua sendo a arma do mundo para aprisionar almas. Veja o que foi dito a Jesus na tentação do deserto: “Se me adorares te darei poder sobre todos os reinos da terra.” O segredo para plasmar o mundo que nos rodeia de acordo com os nossos desejos é concordar com esta adoração. O problema é: será que a alma terá capacidade para pagar a dívida que esta adoração gera?

O vinde e vede é o caminhar com a fé. Com a certeza das coisas que não se vê. É buscar o mundo sem forma com a certeza de que a forma é propriedade do mundo da manifestação. É buscar a Deus “num reino que não é deste mundo”. É olhar este mundo como estrangeiro que o vê muito além das formas. O que é o belo? O que é o feio? São perguntas que não mais serão feitas por quem elevou sua consciência além da percepção dual.

O vinde e vede só é possível para quem inicia a caminhada fazendo sempre “tudo o que ele nos mandar”.

domingo, 9 de maio de 2010

Centros de Gravitação Cósmica

Pela vida afora nos colocamos presos a sistemas de gravitação cósmica que determinam as possibilidades e os limites de nossa liberdade física, psíquica e espiritual. É fato que sempre estamos gravitando em torno de alguma coisa ou pessoas. Muitas vezes esta força gravitacional se processa com tal intensidade que perdemos a noção do todo e de nós mesmos. Só vemos felicidade, alegria e sentido em nossas vidas enquanto gravitamos em torno do centro que nos atrai. O problema é que normalmente gravitamos em torno de coisas tão perecíveis como nós mesmos. Faltando o centro em torno do qual gravitamos, caímos num grande vazio. Falta-nos tudo até que, atraídos novamente, passamos a gravitar em torno de outro centro que parece dar novamente sentido ao nosso viver. E novamente, dependendo da escolha que fizermos, este centro pode nos faltar. O vazio, também, voltará.

A verdade é que, quase sempre, pagamos um alto preço por gravitarmos em torno do perecível e limitado. A gravitação “deste mundo” é muito forte apesar de ser a maior das ilusões. É a opção do “homem carnal” incapaz de ver, ouvir e sentir o que não passa pelos sentidos. Entretanto, a atração do alto é, e sempre será, também, muito forte. Em um determinado momento, por mais que um homem se sinta atraído pelas coisas de baixo, não mais poderá resistir à atração do alto e, como o Filho Pródigo, retornará e será recebido no céu com festa e alegria.

O homem que vive sob a gravitação do “céu” é o “homem espiritual”. Gravita em torno do eterno e imperecível. Acumula “tesouros no céu onde a traça não come e nada se perde”. Possui vida e “vida em abundância”.

Da consciência centrada neste mundo só nos chegam ilusões. A maior delas é esquecermos que no mundo da forma nada é permanente. Tudo é perecível e de vida curta. Apesar de todas as desilusões que o mundo “da serpente e do enrolamento” nos traz, insistimos em buscar neste mundo paz, alegria, e a felicidade permanentes. Coisa que só Deus pode nos dar.

Quando os salvadores precisam ser salvos

... e sereis como deuses. Com esta frase a serpente convenceu a humanidade, representada no Éden por Adão e Eva, a comer o fruto proibido. Iniciava-se aí o mergulho humano no mundo da manifestação. Iniciava-se, também, a saga de sofrimento que tem origem no crédito dado pelo homem ao que foi dito pela serpente.

A serpente disse que seríamos “como deuses”. Acreditamos nisso no Éden e continuamos acreditando. Por termos acreditado, desenvolvemos a vaidade, o orgulho, a soberba, a noção de separatividade e o desejo de poder e ter. Isso apenas para citarmos alguns dos aspectos negativos que a natureza humana desenvolveu após a “queda”. ...e sereis como deuses. Até quando vamos continuar acreditando nisso.

Mais de dois mil anos se passaram desde que Jesus, com sua vida, sua morte, sacrifício e palavras, nos mostrou que devemos rejeitar todo e qualquer procedimento, ou ação, que tenha origem no conceito de grandeza. Qualquer ação humana que tenha seu alicerce fincado na noção de grandeza pessoal é de natureza serpentina. Se alguém acreditar que a voz da serpente se calou, vai relaxar e esquecer o que foi nos recomendado por Jesus: ORAI E VIGIAI. Esta frase resume o que devemos fazer para nos proteger da voz que tenta, e vai tentar sempre, fazer crer que somos como deuses.

Não é difícil a serpente falar alto, incutindo em nossos corações e mentes, que podemos salvar empresas, famílias, países e almas. É daí que nascem os “escolhidos”, os que fazem o “trabalho de Deus” – cobram por isso - e os salvadores do mundo e de almas. E, como certas situações negativas advindas do passado permanecem existindo, desprezam toda a grandeza, principalmente humana, que o passado nos legou. Não é difícil, para os enredados pelo bote serpentino, confundirem sabedoria espiritual com mentalismo e tecnologia épica. Com esta visão desprezam o passado e reinventam filosofias e rituais. Rituais tradicionais já não servem. O momento é outro e o passado nada tem para ensinar – devem afirmar. A sociedade requer modernidade, curas, exorcismos, rituais animados e templos superlotados – dizem eles. É como se o que Deus espera de nós estivesse condicionado ao que a sociedade, o mentalismo, a cultura e a moral social da época esperam. É muito fácil esquecer, quando se ouve a voz que vem do mundo, que o que emana do Eterno é eterno. Não muda com as eras e muito menos com as pessoas. Que a Verdade, quando for conhecida e não sabida, nos libertará. E, como tudo que vem de Deus, a verdade é tão simples como o mais simples dos homens. Para ser conhecida independe de intelecto desenvolvido. Pode então ser conhecida, não sabida, pelo mais simples e menos intelectual dos homens.

É preciso crer no que a Bíblia nos ensina. Ela não pode ser utilizada para fazer crer que cremos e podemos. Não pode ser instrumento de nossa inteligência para dominação, enriquecimento e muito menos para satisfazer nossos sentimentos de grandeza e “sapiência”.

A Bíblia é a carta que Deus enviou a cada um de seus filhos. É como filhos, iguais, e irmãos que devemos lê-la. É como filhos, iguais, e irmãos que devemos viver. É muito fácil para os que acham que já estão salvos, muito mais ainda para os que acham que podem salvar os outros, relaxar e deixar de orar e vigiar. Correm o risco de aumentar a visão sobre si, transformarem-se em “cegos que guiam cegos” e “salvadores” que precisam de salvação.

Jesus nos diz: VINDE E VEDE. A serpente nos diz: VEDE e VINDE.

Asfixia Espiritual

          O que aconteceria se o dia não sucedesse a noite? O inspirar não fosse seguido do expirar? A ação do sangue venoso não fosse alternada com a ação do sangue arterial? Você já pensou nisso? Se pensou sabe que, independente do tempo que pode levar, a ausência da sucessão dos opostas na vida de uma pessoa levará necessariamente à morte.
         Existem muitas formas de asfixia. O ser humano pode se asfixiar de várias maneiras. Uma muito comum é se deixar asfixiar espiritualmente. Se nos detivermos apenas um pouco sobre a frase, “daí a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus”, dita pelo Cristo há mais de dois mil anos compreenderemos ser necessário alternar a vida inserida nos afazeres do mundo com a vida de oração. Quem não ora caminha para a asfixia espiritual, para a ausência de bênçãos e para longe de Deus.         
          Assim como o dia sucede a noite, a benção sucede a oração. Não existe oração sem bênção, assim como não existe noite sem dia. A benção será sempre da natureza do que faz bem á alma. Será a resposta para o que precisamos e não para o que achamos que precisamos ou desejamos. Mesmo que não seja correspondente ao que você pede, tenha certeza, a resposta da oração é a benção.
          A prece diária ou oração – que você faz com teu viver, com teu amor ao próximo e a Deus – terá sempre como resposta a benção. A oração é da natureza do sangue venoso – leva aos céus dores, sofrimentos, angústias, lamentos e súplicas, o que de humanos temos – e retorna carregado de pureza trazendo-nos o que de divino necessitamos. Uma vida sem oração vai asfixiando lentamente aquele que assim vive.
          Realiza um mergulho na paz, na alegria e na felicidade aquele que faz de sua vida uma oração.