quinta-feira, 12 de abril de 2007

As portas do caos pessoal

Já te imaginastes em profundo silêncio? Já sentistes o céu estrelado sobre ti derramando sua infinita paz e harmonia? Já sentistes o estado de tranqüilidade perfeita e completa? Se respondestes que não, precisas evitar passar pelas portas do caos pessoal.

Elas são cinco: desejo, preocupações, imaginação, memória e pensamento discursivo. Agindo individualmente ou em conjunto elas trazem uma série de estados negativos à alma, transformam a mente e as emoções em um mar agitado e tornam impossível o reflexo do “céu estrelado” que existe sobre ti.  Não poderás ouvir a voz que nunca se cala, as mensagens que ela tem para ti, as orientações reais para tua vida e estarás com os ouvidos fechados para a voz que só é ouvida quando a alma cria a “zona do silêncio”.

O “nascer de novo” significa deixar pra trás o homem velho. O homem novo não pode ficar se cobrando pelo que o homem velho realizou ou deixou de realizar. Quem nasce de novo é criança. Lembra-te disso e deixarás a memória para trás.

O desejo é uma fonte que nunca seca. Imediatamente concretizado traz a sede mais fortemente. Aumenta as paixões do ter e do ser e nunca se esgota. É talvez a porta mais ampla para a ausência de realidade. É uma corrida sem fim para longe de si.

Ocupar-se previamente das coisas – preocupação – tira o foco da realidade, cria lutas irreais e conflitos desnecessários. Só agrada a mente que além de comandar a vida e as emoções passa uma falsa impressão de poder ver o futuro. Coisa que ela jamais será capaz de fazer. E você fica andando pra lá e pra cá sem conseguir certeza de nada. A dúvida é arma da mente. Entrega tua vida e a dos teus a Deus sem dúvida e saberás o sentido da palavra fé. Descansarás, também, em paz das armadilhas de tua mente.

Pensamento discursivo é mar revolto. Entrega algo para tua mente examinar e verás o que é navegar em mar turbulento. Dirás o que não existe e ouvirás o que não existe. Deixarás feliz apenas tua mente. Sobrará para ti apenas seu falso reflexo quando te deparares com a realidade.

A imaginação ativa é pura projeção mental. A imaginação passiva é realidade celestial. Aí reside a diferença entre o que queres, ou não, ver e o que precisas ver.

Estas portas são irreais. Conduzem a resultados irreais e só te afastam da paz, da harmonia e, quem sabe, da proteção celestial. Esquece um pouco de correr atrás de ti e talvez percebas que faz muito tempo que corres sem um destino real.     

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

O MAGO fala sobre a caminhada espiritual

Diz O MAGO: Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, conversaria contigo sobre a caminhada do que busca a espiritualidade santa e abençoada. Acho que, como todos,  já ficastes angustiado com tua caminhada. Vou te contar uma breve história. Um dia eu observava um homem em meditação quando o ouvi dizer: “cansei de correr atrás de mim”. Enchi-me de alegria, pois, finalmente percebi que ele havia descoberto o que eu, com meu simbolismo, repito, dia após dia.


“Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal, sujeitando-vos às suas paixões; nem entregueis vossos membros, como armas de injustiça, ao pecado; pelo contrário, oferecei-vos a Deus como vivos provindos dos mortos e ofereceis vossos membros como armas de justiça a serviço de Deus. E o pecado não vos dominará, porque não estarás debaixo da lei, mas sob a graça”. – disse São Paulo em sua Epístola aos Romanos - Rm 12-14.

Enquanto ouros, espada, copas e paus forem os condutores de tua vida, estarás correndo atrás de ti através do que te dá prazer, das lutas que decidistes travar, do que buscas possuir e do pentagrama sem luz que colocastes à frente para “iluminar tua caminhada”. Estás lutando “o bom combate?” Estás conduzindo algo? Ou será que não estás planejando para ti o que teus desejos determinam? Mais ainda: será que é Deus que está por trás do que consegues quando fruto de teus desejos? Será que não é preciso meditar mais sobre o que quer dizer “.. não colocarás falsos Deuses diante de mim”?

Os instrumentos de manifestação da vida – ouros, copas, espadas e paus – estão à minha disposição. Não em mim. É isto que meu simbolismo testifica. Não existe manifestação sem eles, mas eles não podem se transformar em juízes e imperadores de minhas manifestações.


Não estou, e nunca estarei, naquele que possui a vida conduzida por seus desejos. Naquele que se confunde com o que nunca foi. Entretanto, estarei presente, imediatamente, naquele que, provindo dos mortos, ofereceu seus membros como arma de justiça a serviço de Deus. Estarei naquele que, “cansado de correr atrás de si” disse, do fundo de sua alma: “faça-se tua vontade e não a minha”.