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quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Homem "Superior"

“O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros”. – Confúcio



Uma das primeiras coisas que o “homem superior” aprende é que ele não é Deus. E, acompanhando o comportamento cotidiano da grande maioria dos humanos, como parece ser difícil entender isso. A verdade é: nada somos e nada temos. E, quem não tem nada e nada é, não pode se achar melhor do que aqueles que, como ele, nada tem e nada são. Esta é a grande verdade que precisa ser entendida: neste fugaz mundo ninguém pode, e deve, se achar melhor que ninguém. Santo Agostinho diz “que no orgulho e na vaidade encontram-se a raiz de todos os pecados”. É, talvez, a maior de todas as verdades. Nada nos afasta mais de Deus do que o orgulho e a vaidade. Estes dois graves defeitos nos impedem de olhar os outros como irmãos, nos fazem sentir “diferentes e especiais” e determinam o nascimento em nós do sentimento de separatividade. Este sentimento conduz à perpetuação do erro motivo do incessante mergulho no mundo da manifestação: nos sentirmos com “deuses”.


 Nada mais triste que ver um rico que olha o mundo do seu topo como soberano. Na verdade, se realmente soubesse a verdade veria que nunca esteve tão abaixo de todos. A soberba ampliada é pura ignorância. E, talvez, a maior delas. O mais grave é que este comportamento não é característico apenas dos que possuem o nada achando que possuem tudo. Não! É comum encontrar quem nada tem com comportamentos até piores dos que aqueles que acham que o que “possuem” vale alguma coisa. Como diz Santo Agostinho: “Não há riqueza mais perigosa do que uma pobreza presunçosa”. O rico “pobre” não é, na verdade, rico. O pobre “rico”, apesar de pobre é, na verdade, “riquíssimo”. “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no céu” diz o Evangelho. É preciso analisar bem a que tipo de “rico” este trecho sagrado se refere. Ao rico “rico” e ao pobre “rico” com certeza.


 Gente! O que vale 80 ou 100 anos vividos neste mundo? Por mais “gloriosos” que possam parecer, nada representam.


No momento final a moeda que conta, que tem valor, é aquela que traz impressa a esfinge do próximo. Qualquer outra nem nos acompanha em nossa viagem em direção ao Juiz.


Paz e Felicicidade.

domingo, 1 de janeiro de 2012

A Solidão do Eremita

         
O Eremita é um ser solitário. Protegido das ações do mundo e prudente em seu agir. Um ser assim não toma partido e não mergulha embriagado na coletividade humana. Com sua sobriedade busca a síntese e a paz. Esta busca requer prudência e análise profunda. Requer a solidão.

É e será sempre o eremita em sua vida interior independente de sua vida exterior. Não toma partido, respeita as expressões individuais do viver e jamais poderá ter a “alegria” de juntar-se à coletividade nacional, social e política. Busca a verdade inteira e não apenas frações da mesma. É necessário ser profundamente só para não deixar que os binários, os opostos, dilacerem o mundo da verdade. Sem reserva, não pode abraçar nenhuma causa humana. É leal a causa da verdade. Sabe que ela se dá na síntese e que jamais vai encontra-la no conflito dos opostos independente do número dos que participam de cá ou de lá.

          A paz está na síntese. O Sermão da Montanha diz “que são bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. Os que estão no mundo para promover a paz não tomam partido diante de verdades parciais. Por estarem empenhados na causa da verdade total sabem que verdades parciais dividem o mundo, tornam as pessoas inimigas umas das outras e afastam a paz.


          O Eremita é um vendedor ambulante da paz. Ele percorre seu caminho passando de opinião em opinião, de experiência em experiência e de crença em crença. Traz sempre a via da paz entre opiniões, experiências e crenças.


          Ele tem suas alegrias. São imensas. O silêncio profundo carregado de revelações, o céu estrelado falando em linguagem de eternidade e a respiração cheia de espiritualidade. E paz, muita paz.
Por onde passa vai deixando sua paz. Os que possuem suas consciências muito distante do centro não o vêem. Os que estão em luta tentando fazer o mundo reflexo de si mesmos, também não. Todos, entretanto, percebem que cruzaram mesmo fugazmente com o mistério da unidade. De alguma forma, mesmo por um breve momento, sentirão o efeito da paz. 


          Enquanto caminha, o Eremita repete sempre: “A minha paz, vos dou”.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cantos da Tradição Hermética

A Tradição Hermética não cessa de cantar seus cânticos. Apesar de cantar em alto e bom som, milhões possuem os ouvidos lacrados para este canto permanente de paz, amor, felicidade e vida justa. O som que este corpo espiritual entoa permanentemente nasce nas regiões espirituais e se propaga em ondas que não são perceptíveis à eletricidade psíquica e mental. Este som não está disponível aos que possuem em si fontes criadoras geradas pelos desejos, invejas, medos, julgamentos, egoísmo e sentimento de grandeza e poder. Não, estes não ouvirão este canto que é a expressão máxima do amor, da paz e da eterna felicidade.

Diz a tradição hermética que a adoração é reveladora. Que a adoração revela mistérios. E mistérios só se revelam àqueles que não estão sujeitos a construções e modelos criados pela eletricidade mental e psíquica. Os mistérios que a adoração revela são individuais e não podem ser transmitidos de pessoa a pessoa. Não existe linguagem para tal. Deus não é ouvido pelos sentidos. É a alma que o ouve e passa a saber. Isto é Gnose. Não existirá adoração real enquanto houver uma chispa sequer de sentimento de grandeza. Só os humildes e simples adoram. A adoração só nasce no pequeno grande homem. Pequeno e adorador. Um homem assim não dá qualquer valor à imagem ou importância que a eletricidade mental faz dele. É filho de Deus e não filho do Homem. Repete sempre com a certeza do que está dizendo: “Pai nosso que estás nos céus…”

Diz também a tradição hermética que é preciso prestar muita atenção no Mandamento honra teu pai e tua mãe. Diz: “Por que honrar pai e mãe é o espírito e a alma da tradição, da continuação construtiva do passado no presente, do verdadeiro progresso através das idades, do caminho da vida da humanidade para a verdade”. É preciso dizer mais? A essência da tradição e sua longevidade devem-se ao respeito que a mesma possui a este mandamento. “Honra teu pai e tua mãe”. É preciso apenas que cada um amplie o espectro do que isso significa. Com certeza significa muito. É o segredo, também, da longevidade individual. Vejamos o que está escrito: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que Javé, teu Deus, te dá” (Ex 20,12).

E tenha certeza de uma coisa: Respeitar a escolha de Deus sobre teu nascimento é melhor que deixar que a eletricidade mental faça sua própria escolha.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Iniciações: Segredos, Arcanos e Mistérios


O Hermetista sabe bem a diferença entre estas três palavras que formam o ternário mágico da revelação e da iluminação. Aí reside, também, a caminhada para a iniciação verdadeira. O mistério que torna o verdadeiro iniciado incapaz de se tornar iniciador, também está aí.

Existem “iniciações” e INICIAÇÃO. O singular é proposital para indicar que a iniciação verdadeira se dá apenas uma vez e possui o valor e a duração da eternidade. Apesar de acontecer durante a vida de uma personalidade, pertence à alma e, como conseqüência se incorporará, de forma completa e total, a todas as personalidades que subseqüentemente sejam vivenciadas pela mesma. Ela é mistério vivenciado e nada possui com arcanos ou segredos. É individual, intransferível e incomunicável. Compõe a base do espiritualismo real, ou melhor, da salvação. Hermetista não é aquele que esconde o que sabe, mas aquele que, mesmo que desejasse, seria incapaz de transmitir os mistérios que vivenciou e vivencia. O Hermetista Cristão sabe que a verdadeira iniciação é da mesma natureza da que aconteceu no Caminho de Damasco. O assim iniciado é nova criatura. O homem velho ficou definitivamente para trás. Não há mais espaço para práticas antigas.



Não estamos aqui negando as iniciações pessoais realizadas por iniciadores humanos que conhecem segredos contidos no extraordinário acervo de formulários mágicos existentes e que decidem, ou não, revelá-los. Estes segredos revelados viabilizam o conhecimento de planos naturais e supranaturais ou sutis. Isto, entretanto, estará sempre no campo do mundo manifestado, mesmo que sutilizado e além da percepção pelos sentidos. Não importa a base doutrinária e filosófica que compõem estas iniciações. Elas existem e são reais. Estarão, entretanto, condicionadas à sabedoria do iniciador e à avaliação do mesmo sobre as condições pessoais de receptividade daquele que pretende ser “iniciado”. É segredo e quem o possui pode ou não revelá-lo. Os segredos e iniciações assim recebidas pertencem à personalidade e com ela desaparecem.


Os arcanos constroem a ponte entre o segredo e o mistério. É por estas pontes que almas ansiosas por participarem do extraordinário drama cósmico que é a vida humana – em todos os sentidos – podem ter acesso a iniciações que são ministradas no alto e por iniciadores do alto.


È preciso não esquecer: Palavras revelam segredos, símbolos e parábolas revelam arcanos e Deus revela mistérios.


domingo, 30 de outubro de 2011

Os Abismos do Mundo e o Ser

          Para onde se encaminha grande parte da humanidade? A serpente, cada vez mais forte e traiçoeira, continua diariamente a preparar armadilhas e enredar almas. O mais grave é ver como, apesar dos gritos de alerta transmitidos do passado pela sabedoria e pela tradição, mais e mais pessoas continuam caindo nas redes do enrolamento. Para onde estas almas estão sendo conduzidas? Com que intensidade e porque tão apressadamente as oportunidades de experimentação humana se ampliam e se aceleram? Quem ainda tem tempo para pensar no essencial da vida? O que gera a necessidade de tudo, inclusive orações e bênçãos, estarem sendo compradas e vendidas?

          A grande maioria das pessoas que compõe esta geração tem dificuldade de absorver – ou será de compreender? – a sabedoria transmitida pelo passado. Tudo pode ser inventado ou reinventado – afirmam. Tendo por base este axioma – por sinal falso – saem por aí remontando tudo. Esquecem que o que possuímos de científico, cultural, social, político e religioso foi possível como consequência da herança que nos foi deixada por nossos antepassados e pela tradição: A Herança Humana. Ela é fruto da sabedoria e de esforços grandiosos realizados no passado que garantiram o presente e – se deixarem e não continuarem o desmonte – garantirão o futuro de nossos filhos e netos.

          No que concerne à vida religiosa e espiritual da humanidade a tendência de negação da tradição e do passado torna-se mais evidente. Observem o que vem acontecendo de renovação no ocidente em setores importantes da vida religiosa. Parece até que a vida religiosa teve seu início agora. Será que Cristo teve que esperar mais de 1900 anos para cumprir a promessa de derramar o espírito sobre todos? Será que apenas esta geração tornou-se digna deste derramamento? Ou será ainda que temos um novo – ou milhares de novos – Simão o grande Atos (8,10). É preciso não esquecer que a tal Simão “todos davam ouvidos, do menor até o maior, comentando: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande.” Talvez seja melhor avaliar se não é mais prudente dar ouvidos a Felipe – Atos (8,5). Não eram aparentes e não sumiam com o tempo as curas realizadas por Felipe. Não há necessidade de nos estendermos sobre este assunto. Para poucos sussurros são gritos, para milhões gritos são sussurros inaudíveis.

          Projetar o Mundo de Deus similar ao mundo manifestado nos parece mais um alinhamento ao vede e vinde do mundo que o vinde e vede de Deus. Como substância da esperança, a fé é prova das coisas que não se vêem. Neste caso, coisas que não estão sendo vistas pela imaginação ou pelos desejos e, portanto, não podem excitar o caminhar. Na caminhada da fé, não é o vede que atrai o vinde e sim a alma que caminha para poder ver. Caminhar para onde? Abraão também, como todos que hoje caminham na fé, não sabia para onde ia. Apenas sabia que era verdadeira sua caminhada. Seguia a voz insonora que conduziria à bem-aventurança. Abraão, o pai da fé, é, talvez, o exemplo maior do caminhante que não caminhou seguindo orientação de sua mente. O primeiro a seguir em frente sem vislumbres ou excitações mentais. Caminhou orientado apenas pelo centro onde a fé, e não as crenças possui sua morada. Abraão caminhou orientado pelo vinde e vede.

         A recomendação “orai e vigiai” feita por Jesus toma uma dimensão extraordinária nos dias atuais. O mundo e seus senhores possuem cada vez mais influência sobre as almas. Hoje, escapar sozinho e as suas expensas das influências do mundo é quase impossível. No entanto, é preciso. Os abismos que o mundo cava a todo o momento estão se transformando em armadilhas poderosas. Com a moral “flexibilizada” e sem a proteção de Deus milhões irão mergulhar em abismos pessoais dos quais talvez não consigam voltar. Buscar a Deus e a paz que desta busca emana passa a ser prioridade das almas. Fora isso, a resposta ao excesso de prazer, ofertado pelo mundo a cada dia, será o excesso de dor. É inexorável o movimento do pêndulo: paixão grande, depressão grande.

          O mundo dá, o mundo toma. Com a gente fica apenas o que construímos interiormente. O que está fora de nós continuará fora de nós. É preciso evitar que o mundo transfira seus abismos para nós.

domingo, 9 de maio de 2010

Vinde e Vede


          Rabi onde moras? Perguntaram os discípulos de João a Jesus. A resposta resume a essência da vida cristã. Vinde e vede – João(1,38). Buscar Jesus significa caminhar, e caminhar firmemente em direção a Deus sem qualquer orientação dada pela mente. É preciso seguir sempre em frente esquecendo-se dos apelos do vede e vinde do mundo. Não existe outra maneira de se encontrar Deus. O texto é conclusivo. É a orientação definitiva para uma caminhada indefectível – Vinde e Vede.
          As caminhadas que se dão pelo vede e vinde, ao contrário das que tem por base a fé, se iniciam por meio da excitação mental. Algo desperta o desejo, a mente fica excitada e começa a caminhar na direção indicada pelo mundo. Vede esta praia é linda vinde visita-la, vede ali tem um mestre infalível ide vos aconselhar com ele, vede aqui tem um grande curador vinde vos curar. É pelo vede e vinde que o mundo enreda as almas. Já, considerando-se o vinde e vede, a mente é e sempre será completamente cega. A caminhada na fé prescinde inteiramente da mente. Nesta, os passos firmes e a direção definitiva são dados pela alma. Sem o sim e o não da mente nos unimos como irmãos, e iguais, em Cristo independente de cultura, saber ou condição social. É nesta caminhada que nasce o verdadeiro justo. Ela, também, sintetiza a tradição unindo no saber gnóstico que se projeta do fundo da alma presente, passado e futuro. Enfim, é a caminhada da paz e na paz. A caminhada das ovelhas.
          Não é a toa que o diálogo acima citado encontra-se no primeiro capítulo do Evangelho de João. Este capítulo está repleto de ensinamentos sobre a postura que precisa ser adotada pelos cristãos para, verdadeiramente e com segurança, iniciar a caminhada. Necessita ser muito meditado, pois esconde, e ao mesmo tempo revela, a direção e as condições pessoais que precisam ser adotadas por um cristão para o início da verdadeira caminhada.
          Fato é que vida cristã exige prática. Quanto mais oramos, trabalhamos pelo próximo e vigilantes somos, mais nos aproximamos de um dos maiores mistérios cristão: o despertar da fé.
          Muita gente confunde crença com fé. A mente diz: eu creio. A alma diz: Deus me deu a fé.
          Somos peregrinos em busca de nosso verdadeiro lar. Precisamos encontrar Deus verdadeiramente para termos vida. Vida em abundância. Apesar de darmos muito valor a esta pretensa “vida”, estamos, na verdade, mortos. Colossenses (3,3) nos afirma isso quando diz: “Porque vós estais mortos, e doravante vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Para encontrarmos nossa vida precisamos, necessariamente, encontrar o Cristo. E, para isso, a única opção que temos é ir e ver como nos ensina Jesus.
          Para ir e ver é preciso, segundo Colossenses (3,1), “…buscar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus e pensar nas coisas lá de cima, não nas da terra”. Neste texto, parte reproduzida abaixo, ainda lemos sobre algumas coisas que precisamos abandonar embaixo para nos encontrarmos com as coisas do alto.
          “Por isso, fazei morrer tudo o que há de terreno dentro de vós: a imoralidade, a impureza, a paixão, os maus desejos e a cobiça. Abandonai tudo isto: cólera, exaltação, malícia, blasfêmia, palavras indecentes em vossos lábios; não faleis mentiras uns aos outros, pois fostes despojados da criatura que éreis antes, e de suas obras, e vos revestistes de uma nova criatura, que por um pleno conhecimento se renova segundo a imagem de seu criador” – Colossenses (3,5).
          “Vinde e vede”. – João(1,38). Não te parece uma indicação de que é preciso caminhar para compreender ao invés de compreender para caminhar?

Em busca da síntese

          Os fatos não existem, existem as versões? É difícil saber, ou mesmo tentar saber, o impacto que esta frase dita por um amigo há muito tempo teve em minha vida. O que sei é que ela, além de me acompanhar por muitos anos, talvez tenha balizado toda minha caminhada nesta vida. Mesmo que muitas vezes nem soubesse, ela sempre esteve martelando em minha cabeça frases tais, como: cuidado com esta análise apressada, várias variáveis não foram contempladas, não condene (ou absolva) com tanta rapidez, você está analisando a partir de versões e não dos fatos reais, etc
          Que os fatos deixam de existir no momento exato em que acontecem, e que a partir daí ficam no mundo apenas as versões do mesmo, não tenho dúvidas. Estas versões que ficam no mundo podem assumir colorações inteiramente variadas na dependência de centenas de fatores: cultura, conceitos, preconceitos, interesses, disso gosto, disso não gosto, etc
          Mesmo versão de fato pessoalmente presenciado pode ser apresentada carregada de projeções que identificam muito mais o indivíduo que o narra que o fato em si. Coletivamente o fato será igual às milhares de versões que se tem dele. Individualmente, com certeza, será igual à versão que o individuo possui do mesmo. E o fato, onde está?
          Talvez isso nos ajude a compreender “o não julgarás” bíblico. Pode nos ajudar, também, a entender que devemos buscar sempre a síntese mesmo entre versões aparentemente irreconciliáveis. Quando me perguntam se sou evolucionista ou criacionista sempre respondo que sou os dois. Surpreendem-se e indagam como pode ser? Apenas respondo que a síntese explica. Acredito com toda a força de meu coração que a verdade está na síntese e jamais em um dos lados da dualidade não importando quão luminoso um dos lados se apresente. Será que não é esta a mensagem que Calvário quis nos dar com o bom e o mau ladrão? Será que não cabe perguntar se, considerando este maravilhoso simbolismo, a verdade estava no bom, no mau ou no meio?
          É preciso ter consciência que qualquer análise que estejamos fazendo dum fato ou de uma questão filosófica, estaremos realizando-a a partir de versões mesmo que só exista uma: a nossa.
          Finalmente, uma pergunta precisa ser feita: será a mente capaz de dar respostas que não sejam apenas novas versões?

Criador e Criatura

          Quando nos criou Deus nos deu tudo. Só uma restrição fez: a de não comermos o fruto de uma determinada árvore. Desobedecemos e ofendemos a Deus. E, pior do que a desobediência foi seu motivo: sermos como nosso criador.
          Vejamos o que disse a serpente para Eva momentos antes de ela comer o fruto: “… Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal” – Gênesis 3,5.
          Eva acreditou, e fez Adão acreditar, que comer aquele fruto os levariam a ser iguais a Deus. Eis o motivo da desobediência que gerou a queda: o desejo de ser grandioso e resolver tudo a suas expensas.
          A serpente enganou a Eva sem proferir mentira alguma. Usando sua reconhecida astúcia disse que Adão e Eva “seriam como deuses” e não que seriam deuses. Ser como, não é a mesma coisa que ser igual. A serpente só disse o que já sabíamos e sabemos: Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Ser semelhante não é a mesma coisa que ser igual. Assemelhamos-nos a Deus quando misturando coisas já criadas apresentamos algo novo como “criação” nossa. Isto é apenas “criar” à semelhança considerando que é impossível para nós dizer: “Faça-se algo”.
          O desejo de grandeza e poder, motivo da queda humana, precisa ser vencido. E, felizmente, Deus indicou o caminho para sermos novamente aceitos em sua presença. Este caminho foi-nos trazido pelas mensagens transmitidas pelo nascimento, vida, morte e ressurreição do Nazareno. É preciso viver sem dar crédito a sonhos irreais de auto-salvação. Eles nascem na mente e não na alma. São repetições do diálogo serpentino. O que precisamos é vencer o “desejo de ser, de ter e de poder” para sermos aceitos novamente na presença de Deus. É o que busca nos ensinar o Voto de Obediência prescrito pela Igreja Católica a todos os seus membros.
          Obedecer leva à humildade e ajuda a entender que somos filhos e não iguais a Deus. Que somos criatura e não criador.
          O próprio Jesus, quando foi tentado no deserto a transformar pedras em pães, preferiu, mais uma vez, nos dar a grande lição de que é preciso ser humilde.
          Fazer parte do rebanho como igual e não se achar melhor, diferente ou especial: eis o segredo.
          É preciso acreditar na redenção e no redentor. Com nosso viver, provar que vencemos o desejo de sermos grandes, diferentes e especiais. Aceitar que somos ovelhas e que sem o pastor nada somos.
          Evoluir no saber deixando de lado o coração é, na verdade, involuir.
Meditar é preciso!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

As portas do caos pessoal

Já te imaginastes em profundo silêncio? Já sentistes o céu estrelado sobre ti derramando sua infinita paz e harmonia? Já sentistes o estado de tranqüilidade perfeita e completa? Se respondestes que não, precisas evitar passar pelas portas do caos pessoal.

Elas são cinco: desejo, preocupações, imaginação, memória e pensamento discursivo. Agindo individualmente ou em conjunto elas trazem uma série de estados negativos à alma, transformam a mente e as emoções em um mar agitado e tornam impossível o reflexo do “céu estrelado” que existe sobre ti.  Não poderás ouvir a voz que nunca se cala, as mensagens que ela tem para ti, as orientações reais para tua vida e estarás com os ouvidos fechados para a voz que só é ouvida quando a alma cria a “zona do silêncio”.

O “nascer de novo” significa deixar pra trás o homem velho. O homem novo não pode ficar se cobrando pelo que o homem velho realizou ou deixou de realizar. Quem nasce de novo é criança. Lembra-te disso e deixarás a memória para trás.

O desejo é uma fonte que nunca seca. Imediatamente concretizado traz a sede mais fortemente. Aumenta as paixões do ter e do ser e nunca se esgota. É talvez a porta mais ampla para a ausência de realidade. É uma corrida sem fim para longe de si.

Ocupar-se previamente das coisas – preocupação – tira o foco da realidade, cria lutas irreais e conflitos desnecessários. Só agrada a mente que além de comandar a vida e as emoções passa uma falsa impressão de poder ver o futuro. Coisa que ela jamais será capaz de fazer. E você fica andando pra lá e pra cá sem conseguir certeza de nada. A dúvida é arma da mente. Entrega tua vida e a dos teus a Deus sem dúvida e saberás o sentido da palavra fé. Descansarás, também, em paz das armadilhas de tua mente.

Pensamento discursivo é mar revolto. Entrega algo para tua mente examinar e verás o que é navegar em mar turbulento. Dirás o que não existe e ouvirás o que não existe. Deixarás feliz apenas tua mente. Sobrará para ti apenas seu falso reflexo quando te deparares com a realidade.

A imaginação ativa é pura projeção mental. A imaginação passiva é realidade celestial. Aí reside a diferença entre o que queres, ou não, ver e o que precisas ver.

Estas portas são irreais. Conduzem a resultados irreais e só te afastam da paz, da harmonia e, quem sabe, da proteção celestial. Esquece um pouco de correr atrás de ti e talvez percebas que faz muito tempo que corres sem um destino real.     

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

O MAGO fala sobre a caminhada espiritual

Diz O MAGO: Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, conversaria contigo sobre a caminhada do que busca a espiritualidade santa e abençoada. Acho que, como todos,  já ficastes angustiado com tua caminhada. Vou te contar uma breve história. Um dia eu observava um homem em meditação quando o ouvi dizer: “cansei de correr atrás de mim”. Enchi-me de alegria, pois, finalmente percebi que ele havia descoberto o que eu, com meu simbolismo, repito, dia após dia.


“Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal, sujeitando-vos às suas paixões; nem entregueis vossos membros, como armas de injustiça, ao pecado; pelo contrário, oferecei-vos a Deus como vivos provindos dos mortos e ofereceis vossos membros como armas de justiça a serviço de Deus. E o pecado não vos dominará, porque não estarás debaixo da lei, mas sob a graça”. – disse São Paulo em sua Epístola aos Romanos - Rm 12-14.

Enquanto ouros, espada, copas e paus forem os condutores de tua vida, estarás correndo atrás de ti através do que te dá prazer, das lutas que decidistes travar, do que buscas possuir e do pentagrama sem luz que colocastes à frente para “iluminar tua caminhada”. Estás lutando “o bom combate?” Estás conduzindo algo? Ou será que não estás planejando para ti o que teus desejos determinam? Mais ainda: será que é Deus que está por trás do que consegues quando fruto de teus desejos? Será que não é preciso meditar mais sobre o que quer dizer “.. não colocarás falsos Deuses diante de mim”?

Os instrumentos de manifestação da vida – ouros, copas, espadas e paus – estão à minha disposição. Não em mim. É isto que meu simbolismo testifica. Não existe manifestação sem eles, mas eles não podem se transformar em juízes e imperadores de minhas manifestações.


Não estou, e nunca estarei, naquele que possui a vida conduzida por seus desejos. Naquele que se confunde com o que nunca foi. Entretanto, estarei presente, imediatamente, naquele que, provindo dos mortos, ofereceu seus membros como arma de justiça a serviço de Deus. Estarei naquele que, “cansado de correr atrás de si” disse, do fundo de sua alma: “faça-se tua vontade e não a minha”.   

domingo, 3 de agosto de 2003

A IMPERATRIZ fala sobre os nascimentos e sobre a luz que deixa em cada um deles.

Diz a IMPERATRIZ:

Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, te diria que sentado eternamente no "fio da navalha" contemplo a natureza toda e tudo que é e um dia será. Estou sempre ao lado de tudo que nasce e me alegro com isso. Contemplo eternamente a inocência que nasce incapaz de conceituar. "Sujeito" ou "Objeto? Sabes, nunca consegui entender o que o recém-nascido efetivamente é. Inocência é a única coisa que consigo perceber neles. Convivo com a inocência eternamente e continuo sem saber defini-la. Amparo um nascimento e logo outro, mais outro, e outro e nunca mais encontro àqueles que ajudei a vir ao mundo. Quase sempre, no momento do nascimento, estão presentes outros dois. Procuro neles a inocência e não encontro nem vestígio dela. Eu não os conheço. Como não os conheço? Se eles tem existência um dia eu os ajudei a nascer e, se eles nasceram pelas minhas mãos, eram inocentes! E para onde foi a inocência? Sem a Inocência eles não podem retrornar ao PAI e vão continuar sua sofrida peregrinação. Logo nascerão de novo e receberão novamente a inocência. Porquê a jogam fora? Isso me aflige e entristece. Será que minhas asas e a luz de uma das estrelas que deixo com tudo e com todos que nascem, é responsável pela perda de suas inocências? 

Gostaria de falar contigo, também, sobre meus dois companheiros de jornada eterna. Estão sempre a meu lado mas nunca estão integralmente comigo. Um à direita e outro à esquerda. Sinto-os em mim mas só os vejo parcialmente. Sei tudo sobre eles sem nunca ter estado completamente com eles. Sei, entretanto, que sempre estão comigo e em mim. Sei que se qualquer um dos dois deixar de estar em mim deixo de existir imediatamente. Como ARCANO tenho de um lado um companheiro que se chama SEGREDO e do outro lado um outro companheiro que se chama MISTÉRIO. SEGREDO não consegue conversar diretamente com o MISTÉRIO. Não é ouvido pelo mesmo e vice-versa. E eu, além do enorme mais feliz trabalho que tenho em amparar eternamente os nascimentos e de estar sempre contigo, passo a minha vida levando recados de um para o outro.

Tudo que te falei é um GRANDE ARCANO. Medita sobre ele. 

TENHA PAZ E SEJA FELIZ

A IMPERATRIZ 

sexta-feira, 11 de julho de 2003

A TORRE fala sobre os encontros com ela.


Diz A TORRE

Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, te contaria o segredo para nunca mais te defrontares comigo. Te faria recordar, também, o primeiro e grande encontro que comigo tivestes. Por milênios tento com meu simbolismo deixar claro que nunca serei construída e acabada e que é triste a queda dos que despencam de mim. Espero que me ouças. Repito o mesmo por gerações e poucos me escutam. Poderia falar contigo sobre encontros comigo de natureza material e espiritual. Vou deixar isso para uma outra conversa. Prefiro falar hoje sobre teu primeiro encontro comigo. O que gerou a vida terrestre da humanidade. A vida terrestre da humanidade não existia antes do teu primeiro encontro comigo. Foi tua primeira queda de mim que a gerou. Não te recordas? Vou dar algumas pistas? Talvez te recordes e, indo além, pode ser que comeces a compreender porquê estás no mundo da manifestação. Melhor ainda, talvez te fazendo compreender porquê estás no mundo da manifestação te faça lembrar da primeira queda. 


Muitos dizem que é o desejo gerado pela ignorância que nos faz mergulhar no mundo das causas e efeitos. Outros dizem que a ignorância gerando o sentimento de um eu falso e criando a ilusão de que este eu falso e o verdadeiro são o mesmo é que é o motivo deste mergulho. É preciso abandonar a personalidade e estar separado das ilusões que o mundo concreto proporciona, dizem muitos. É preciso trabalhar incansavelmente para deixar o eu verdadeiro manifestar-se integralmente no mundo da manifestação, ensinam. Estar no mundo da manifestação quantas vezes for necessário para evoluir e, em cada vida, dissipar mais e mais a capa de ignorância que impede a livre e integral manifestação do nosso eu superior no mundo das causas e dos efeitos, não cansam de proclamar. A sabedoria primordial está no eu superior e ele precisa ensinar ao eu inferior esta sabedoria, afirmam sem cessar. Manifesta o eu superior no mundo da manifestação "e serás como Deus". Não já ouvistes isso num passado remoto e acreditastes? Será que não foi por teres acreditado nisso que te afastastes e permaneces afastado de Deus e preso à Lei das Causas e Efeitos? Será que existe diferença moral entre o eu inferior e o eu superior? Será que o simples mergulho no mundo da manifestação é capaz de me criar infinitamente inferior ao que realmente sou moralmente? Se isso for verdade, qual o propósito deste mergulho? Que obra de "inteligência" está por trás dela? 
É isso que não conseguem ver em mim, mas que infelizmente sou.



Peregrinas no mundo das causas manifestadas para aprenderes que não és Deus, dizem poucos. É preciso que tua personalidade "com o suor de teu rosto" ensine àquele que realmente és e que um dia se rebelou, que é preciso mudar e reintegrar tua vontade à vontade de Deus unindo-se a ele novamente na essência do amor. Quem ensina quem? Aqui é a personalidade que sofre, combate, e tem o que afirma negado e questionado, que ensina ao que está em cima que não pode continuar acreditando no que acha que é. A serpente contou para ti uma grande mentira, é o que tua vida continuada no mundo dos humanos tenta te dizer. Não "és Deus" e, enquanto continuares pensando que és, estarás repetindo o ato de rebelião que ocasionou tua queda no passado, tua permanência afastada de Deus e o incessante e sofrido mergulho no mundo das causas e dos efeitos. 


Enquanto continuares acreditando que uma causa divina e pura tem a necessidade de criar um efeito inconsciente e impuro para ensinar a este, através do sofrimento, a pureza e a divindade, eu vou continuar existindo.


No momento em que acreditares que uma causa inconsciente, ou que possui conceitos falsos sobre sí mesma, precisa deixar o mundo da contemplação de si e atirar-se ao mundo da manifestação para buscar a consciência e a verdade, eu deixarei de existir. 


TENHA PAZ E SEJA FELIZ


A TORRE

domingo, 22 de junho de 2003

O EREMITA fala sobre a cristianização dos Chakras e sua natureza espiritual.




Diz O EREMITA:

Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, te diria que para que eu possa te entregar o Manto de Apolônio de Thyana, a Lâmpada de Hermes Trimesgisto e o Bastão dos Patriarcas , presentes que tenho para ti, insisto em te entregar e nunca estás pronto para receber, precisas reviver o reino do coração em ti. E é tão simples reviver o reino do coração! Basta começar a amar. Será que olhar o mundo, a natureza e a Deus com amor é tão difícil assim?
         Muitos nem sabem de minha existência, em poucos já estou, mas existem milhões que me buscam e com suas práticas ditas "esotéricas" só se distanciam de mim. Vejo-os cada vez mais distantes e sofro com isso.

         Esoterismo sem amor é uma lâmpada que nunca será acesa. Esoterismo sem amor só excita a imaginação negativa, inflaciona a personalidade e cria uma falsa impressão de diferença e poder. Quem pratica esoterismo sem amor desenvolve a capacidade de ver nas trevas. Entretanto, verão apenas o que as trevas querem que seja visto. Apenas permitem ver suas imitações da luz.


         Praticar esoterismo sem amor deixa a pessoa sozinha no mundo espiritual apesar da falsa impressão de sentir-se acompanhada. Nem as forças negativas e reais da existência perdem mais tempo em tentá-la. Acreditam que "já está perdida". A prática esotérica realizada sem amor – e é preciso saber bem o que é amor – deixa o praticante acompanhado de formas astrais artificiais que ele mesmo cria pela vida afora. Estas formas  agem alimentando ilusões falsas enquanto são alimentadas da energia vital necessária à manutenção de suas existências. ILUSÕES por VIDA SEM VIDA. Esta é a troca do "esoterismo" sem amor.


         Pessoas passam a vida tentando despertar seus chakras sem perceber que despertar os chakras é muito mais difícil que despertar o amor neles. E despertar o amor nos chakras significa desperta-los e despertar-se. Busca despertar o amor nos chakras e despertarás os chakras do amor.

         Perceberás então que a sabedoria revelada pelo chakra de 8 pétalas(Coroa) será real e cheia de calor espiritual e não apenas abstrata e transcendente.

         Que a iniciativa intelectual do chakra de 2 pétalas (Na testa entre as sobrancelhas), subordinada ao amor, será sempre de um olhar carinhoso, bondoso e apaixonado sobre o mundo.

         Que o chakra de 16 pétalas (Na Garganta), irradiando amor, será capaz pela palavra, de consolar, curar e iluminar.

         Que o chakra de 12 pétalas (Coração) irradiando-se e exteriorizando-se torna-se viajante, o Eremita que viaja e que não conhece mais fronteiras entre o mundo material e espiritual, entre o sutil e o grosseiro, penetrando todas as coisas.



         Que o chakra de 10 pétalas (Zona da Barriga)   passa da ciência à consciência.



         Que o chakra de 6 pétalas (Abaixo do umbigo) irradiará, além de saúde, harmonia perfeita entre o espírito, a alma e o corpo.



         Que a fonte de energia criadora emanada do chakra de 4 pétalas(Base da Espinha) se tornará inesgotável, e unida ao impulso de trabalho pela humanidade só terá necessidade de descansar quando todos puderem descansar. 



TENHA PAZ E SEJA FELIZ

O EREMITA

quarta-feira, 21 de maio de 2003

A Força fala sobre a verdadeira Força Espiritual



Diz a Força:

        Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, te diria que a verdadeira força nunca escraviza, sempre liberta. Que a verdadeira força usa sempre, em suas ações pelo mundo, o poder da inspiração e nunca o da coação. Que a verdadeira força age sempre no sentido de que todos saiam vencedores. Que quando a verdadeira força age não existem derrotados. A verdadeira força crucifica-se e não crucifica os outros. Nunca ganha nada a expensas dos outros e sim derrama sobre todos as dádivas que possui em abundância. Nunca diz, "Forçarei". Não conhece a resistência porque só age onde não existe resistência. A verdadeira força não acredita na força que tenta dominar tudo que se opõe a seu funcionamento. Ela não precisa provar que é a única e verdadeira força. Não conhece e nunca ouviu falar de coações ou constrangimentos.


        Nunca te forçarei a me reconhecer, a me ouvir e a me deixar estar contigo. No entanto, estou sempre perto de ti e disposta a te dar tudo o que tenho e sou sem restrições.

        Existe poder e Poder. Busca aquele que liberta a todos. Esquece o desejo de poder que escraviza, coage e constrange. O exercício deste tipo de poder escraviza, primeiro, quem o exerce.

        A verdadeira força, se assim o quiseres, coloca a teu lado de forma real e concreta todos os anjos do céu, todos os santos, todos os querubins, todos os serafins e a fonte de todas as forças reais e verdadeiras: o próprio DEUS.

        Assim poderás dizer como São João da Cruz disse um dia: "passei a ter tudo no dia em que não possuía mais nada" - este é um de meus segredos.



TENHA PAZ E SEJA FELIZ

A FORÇA