sexta-feira, 11 de julho de 2003

A TORRE fala sobre os encontros com ela.


Diz A TORRE

Se eu pudesse falar contigo e tu me ouvisses, te contaria o segredo para nunca mais te defrontares comigo. Te faria recordar, também, o primeiro e grande encontro que comigo tivestes. Por milênios tento com meu simbolismo deixar claro que nunca serei construída e acabada e que é triste a queda dos que despencam de mim. Espero que me ouças. Repito o mesmo por gerações e poucos me escutam. Poderia falar contigo sobre encontros comigo de natureza material e espiritual. Vou deixar isso para uma outra conversa. Prefiro falar hoje sobre teu primeiro encontro comigo. O que gerou a vida terrestre da humanidade. A vida terrestre da humanidade não existia antes do teu primeiro encontro comigo. Foi tua primeira queda de mim que a gerou. Não te recordas? Vou dar algumas pistas? Talvez te recordes e, indo além, pode ser que comeces a compreender porquê estás no mundo da manifestação. Melhor ainda, talvez te fazendo compreender porquê estás no mundo da manifestação te faça lembrar da primeira queda. 


Muitos dizem que é o desejo gerado pela ignorância que nos faz mergulhar no mundo das causas e efeitos. Outros dizem que a ignorância gerando o sentimento de um eu falso e criando a ilusão de que este eu falso e o verdadeiro são o mesmo é que é o motivo deste mergulho. É preciso abandonar a personalidade e estar separado das ilusões que o mundo concreto proporciona, dizem muitos. É preciso trabalhar incansavelmente para deixar o eu verdadeiro manifestar-se integralmente no mundo da manifestação, ensinam. Estar no mundo da manifestação quantas vezes for necessário para evoluir e, em cada vida, dissipar mais e mais a capa de ignorância que impede a livre e integral manifestação do nosso eu superior no mundo das causas e dos efeitos, não cansam de proclamar. A sabedoria primordial está no eu superior e ele precisa ensinar ao eu inferior esta sabedoria, afirmam sem cessar. Manifesta o eu superior no mundo da manifestação "e serás como Deus". Não já ouvistes isso num passado remoto e acreditastes? Será que não foi por teres acreditado nisso que te afastastes e permaneces afastado de Deus e preso à Lei das Causas e Efeitos? Será que existe diferença moral entre o eu inferior e o eu superior? Será que o simples mergulho no mundo da manifestação é capaz de me criar infinitamente inferior ao que realmente sou moralmente? Se isso for verdade, qual o propósito deste mergulho? Que obra de "inteligência" está por trás dela? 
É isso que não conseguem ver em mim, mas que infelizmente sou.



Peregrinas no mundo das causas manifestadas para aprenderes que não és Deus, dizem poucos. É preciso que tua personalidade "com o suor de teu rosto" ensine àquele que realmente és e que um dia se rebelou, que é preciso mudar e reintegrar tua vontade à vontade de Deus unindo-se a ele novamente na essência do amor. Quem ensina quem? Aqui é a personalidade que sofre, combate, e tem o que afirma negado e questionado, que ensina ao que está em cima que não pode continuar acreditando no que acha que é. A serpente contou para ti uma grande mentira, é o que tua vida continuada no mundo dos humanos tenta te dizer. Não "és Deus" e, enquanto continuares pensando que és, estarás repetindo o ato de rebelião que ocasionou tua queda no passado, tua permanência afastada de Deus e o incessante e sofrido mergulho no mundo das causas e dos efeitos. 


Enquanto continuares acreditando que uma causa divina e pura tem a necessidade de criar um efeito inconsciente e impuro para ensinar a este, através do sofrimento, a pureza e a divindade, eu vou continuar existindo.


No momento em que acreditares que uma causa inconsciente, ou que possui conceitos falsos sobre sí mesma, precisa deixar o mundo da contemplação de si e atirar-se ao mundo da manifestação para buscar a consciência e a verdade, eu deixarei de existir. 


TENHA PAZ E SEJA FELIZ


A TORRE