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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu DEUS?

Quem é você? Quem é Deus? Será que, mesmo sem desconfiar, lá no fundo você não acredita que, se existe um Deus, ele é você. Ou pelo menos, igualzinho a você. Ou, na pior das hipóteses, parecidíssimo com você. É necessário meditar um pouco sobre o que significa criado “à semelhança de Deus?”. Com certeza, se buscarmos expressar no nosso viver cotidiano esta “semelhança”, iniciaremos uma caminhada cujo destino certo é o reencontro feliz com Deus.

É preciso descobrir como, e onde, aprender sobre o agir de acordo com esta “semelhança”. Mas, antes, é necessário querer com toda a força da alma caminhar para a salvação e, por conseqüência, para uma vida eterna e bem aventurada junto a Deus. O tempo que se tem para caminhar, e chegar, está ficando apertado. Exige-se uma corrida contra o tempo para não se ter que ficar eternamente no tempo. Então, onde buscar esta semelhança? Ser semelhante é ser como, parecido com. Ser parecido com, jamais significará ser igual a. Quando a serpente disse a Adão e Eva “comei deste fruto e sereis como Deus” não enganou a humanidade por eles representada. Se houve o errado entendimento que seríamos iguais, e bilhões continuam acreditando nesta igualdade, cometemos o erro primordial que teve como conseqüência a revolta, a expulsão da proximidade de Deus, a queda, a encarnação do verbo, o sofrimento na cruz e a ressurreição que abriu novamente a porta, mesmo que estreita, para salvação e para o eterno viver em bem-aventurança. O mergulho incessante e continuado no mundo da manifestação é ainda suportável pelo fato da porta estreita da salvação ainda estar aberta. Esta porta aberta torna real a esperança de salvação. Mesmo que, em poucos, a personalidade esteja muito distante para perceber as manifestações da alma, esta sabe que, ainda por certo tempo, a porta da salvação estará aberta e vibrará de alegria e contentamento com a esperança real de salvação e de retorno à proximidade de Deus. É esta esperança, muitas vezes apenas sutilmente percebida, que torna suportável o viver no mundo das formas, dos paradoxos e da alternância dos opostos.

Onde aprender a ser cada vez mais semelhante? É muito importante não projetar um Deus semelhante a nós. Não construir um Deus à nossa imagem e semelhança é, com certeza, um passo definitivo na direção da salvação. Estaremos, também, deixando de praticar um dos erros mais comuns cometidos por aquele que ansiando vigorosamente, ou não, a salvação busca na mente as respostas para um santo viver. As respostas dadas pela mente, quase sempre, estão acompanhadas de emoções, desejos de poder, de ter e de ser. Respostas dadas a partir de construções mentais não são boas conselheiras para uma caminhada espiritual que conduza verdadeiramente a Deus. É acreditando nestas construções mentais que extraímos das escrituras o que para nós serve e o que para nós não serve. Cria-se então um EU DEUS todo particular que, misturando-se aos milhões já criados por outros, caminha para fortalecer o ego de seu “criador”, mantê-lo afastado de Deus e repetir a transgressão adâmica. Quem é criador? Quem é criatura? A mente cria “verdades” e nos aconselha a nelas crer. A fé mergulha na verdade e nos faz saber em que devemos crer.

Diziam-me que a Bíblia é uma carta escrita sob inspiração de Deus para nos permitir viver segundo a semelhança concebida no momento da criação. Ela nos possibilitaria, também, a redenção pós-queda. Levei muitos anos, mais de trinta e cinco, viajando por filosofias orientais e práticas ocultas orientais e ocidentais para descobrir que me diziam a verdade. Hoje posso dizer – após esquecer o que achava que sabia – que ter a Bíblia como caminho, sem achismos e sem reducionismo teológico, vem me proporcionando a abertura de um novo e especial centro de conhecimento sobre o qual a mente, e por conseqüência as coisas e os gritos do mundo, passa a ter sua influência cada vez mais reduzida.

As crenças começam dar lugar à fé. Os segredos iniciam suas caminhadas em direção aos mistérios. O eterno começa a deixar de ser moldado pelo mutável e insaciável finito e inicia-se o alvorecer do vinde que começou antes do vede.

Enfim, a caminhada começa a se dar sob os auspícios da paz e da real esperança.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

As Torres se multiplicam

De forma inconsciente, ou mesmo consciente, multiplicam-se pelo mundo afora sistemas e métodos ditos espirituais que garantem ser possível conquistar o céu por meio de forças adquiridas e desenvolvidas na terra. É Babel do passado que, mesmo com a dramática advertência de seu simbolismo, acende em milhões de almas a certeza de que isso, na verdade, sempre foi possível. Muitos dirão que o sucesso de tal empreitada depende apenas que se evite repetir certos erros. Sinceramente, em determinados momento me vem a certeza de que todo o sofrimento humano possui sua origem no orgulho e na vaidade. Acreditar que se pode conquistar o céu por meio de forças adquiridas e desenvolvidas na terra caracteriza-se, com certeza, na mais grandiosa das ilusões humanas. Ilusão que, infelizmente, é partilhada por parcela significativa dos humanos. Se muitos não forem ajudados a desfazê-la pode significar o mergulho no eterno sofrimento. O problema é que as torres crescem com cada novo tijolo colocado. Com este crescimento amplia-se, também, a ilusão de que cada dia está mais próximo o objetivo almejado: chegar a Deus. Será?

É bom sempre repetir: somos criaturas e não criadores. Fomos criados à imagem e semelhança. Obter a síntese entre criação e evolução, aliás, obter a síntese entre os opostos, viabiliza que o olhar sobre nós mesmos se dê sem inflação. Considerar como nascimento o momento da encarnação é, talvez, o maior erro filosófico que cometem um grande número de pensadores. Não será neste mundo manifestado que as consciências irão experimentar a eternidade. Nada neste mundo é eterno. Nem ele mesmo. É um mundo escola onde as principais disciplinas são: amor ao criador, amor ao próximo, humildade e crescimento moral.

Existe uma fundamental diferença entre construção e crescimento. Constrói-se facilmente, inclusive nova personalidade. Existem técnicas, não importa quais, que atuando sobre centros pessoais passam a impressão, quase certeza, que certos estados negativos foram eliminados e positivos acrescentados ao viver. É pura ilusão. O que resulta de processos construtivos é, e será sempre, perecível. O que é deste mundo fica neste mundo. O que o mundo empresta, não dá, seja material, pisicológico ou mental, é do mundo. Nunca será nosso de verdade. É preciso ter muito cuidado em nossas buscas. Muitas vezes caminhamos resolutamente em direção ao que acreditamos ser verdadeiro e, depois de certo tempo, percebemos sobrar apenas a desilusão do esforço inútil.

O troféu final das caminhadas orientadas pelo mundo, mesmo que aplausos aconteçam durante a mesma, será sempre a desilusão do esforço inútil. A excitação mental é a arma utilizada pelo mundo para atrair os caminhantes. De forma direta, ou indireta, a mente após informada é capaz de imaginar o que foi prometido ao final da caminhada. É o vede e vinde. Vede, você vai encontrar as seguintes coisas, vinde. Descrições que a mente seja capaz de perceber, e imaginar de forma ampliada, são sempre do mundo. Servem tanto para incitar a caminhada em direção a uma bela praia como a paisagens espirituais fugazes.

O vinde e vede é o caminhar da fé. A mente não participa, e nem pode participar, desta caminhada. Sem vislumbre, sem excitações, sem coletivismo, sem tecnicismos, sem construções, solitária e sem ganhos aparentes. É assim a caminhada da fé. Entretanto, nela não há destino incerto. O caminhante sabe o que irá, com certeza, encontrar ao final da mesma. O que chega ao final desta caminhada não tem como dizer o que encontrou. O mundo dos “vivos” ficou definitivamente para trás.

Não é raro iniciar-se certas caminhadas esperando encontrar ao final poderes, aplausos e ampliação da influência sobre os outros. É preciso fugir destas caminhadas. Nada desencaminha mais que aplausos e honrarias. Existe uma máxima oculta que diz: “quando a plena sabedoria passa não existe ninguém para aplaudir”.

O uso de técnicas para ampliação de poderes pessoais - matérias, pisicológicos ou mentais – servem apenas para aumentar a ação individual sobre o mundo. O que de material, pisicológico ou mental se leva quando deixamos este mundo? “Esquecido de tudo desci, esquecido de tudo subi”.

É pelo desejo de ter, de ser e de poder que nascem muitos dos construtores de torres. Multiplicam-se aos milhares embalados pela grande ilusão de poder olhar o mundo do alto de suas “glorias”. Quantas torres continuam em pé? “O tempo trás, o tempo leva”. “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade. O que foi será, o que se fez, se tornará a fazer: nada de novo debaixo do sol!” – diz o Eclesiastes.

Construir torres é próprio dos que buscam a Deus sem afastar os olhos do si mesmo. E, infelizmente, estes se multiplicam aos milhares.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tentações Serpentinas

Escrevi recentemente o artigo “Seduções Serpentinas” com a intenção de tentar mostrar a sedução exercida por certas ideologias espirituais que, tendo o mergulho no mundo manifestado e o tempo como centro de suas concepções filosóficas, atraem milhões para um destino eterno incerto. O mundo é extremamente forte e continua se fortalecendo. Certas filosofias que apresentam Deus infinitamente tolerante com os negativos comportamentos mundanos da humanidade sempre irão atrair milhões de almas. É preciso não esquecer que a prática religiosa tem por base apenas um propósito: religar o homem a Deus. Se pessoas têm as bases de suas práticas religiosas alicerçadas em algo afirmado por alguém que ratifica e reforça suas negativas naturezas, talvez estejam caminhando para longe de onde esperam chegar. Não cabe neste artigo discutir de quem em último caso é a responsabilidade por falsas caminhadas. Uma coisa é preciso dizer: ninguém chegará a Deus nos ombros dos outros.

É tentador um sistema filosófico que se adéqüe ao que se pensa, ao que se quer e ao que se é. Para muitos é o melhor dos mundos. Não existe problema se mais e mais adaptações forem feitas para adequar a vida religiosa à forma individual de pensar e viver. Será assim? Será que o propósito do viver é a ratificação da “grandeza individual”? A serpente estava certa quando disse: ”e sereis como deuses”?

As tentações serpentinas que orientam os que as seguem a afirmar que as coisas devem ser como se pensa e se é, toma contornos de tragédia, pessoal e coletiva, quando se tornam sistemas filosóficos seguidos por multidões. As tentativas de se adaptar a moral religiosa tradicional à moral social esquecem a base em que as religiões se fundamentam. Tais tentativas - apresentadas muitas vezes como reclamo da sociedade – têm sido muito intensas principalmente no que concerne à Igreja Católica. Esta, possuindo sua essência nos evangelhos, tem se mantido fiel à sua compreensão dos mesmos. Muitos são os questionamentos tornados públicos no sentido de “modernização” da tradição católica. Entretanto, não se pode esquecer que a moral que emana do eterno é eterna. Não está sujeita a costumes e comportamentos de época. Os apelos para que se busque o crescimento a qualquer custo não encontram guarida numa religião que se preocupa verdadeiramente com a vida eterna dos fiéis que a seguem. Os seguintes questionamentos são listados - muitas vezes dentro da própria Igreja Católica - “como necessidade de discussão que leve à modernidade”. Vejamos alguns:

O divórcio e o novo casamento, o sexo pré-marital e extraconjugal, controle da natalidade, aborto, homossexualidade, masturbação, a ordenação de mulheres e o celibato.

Reparando-se bem – à exceção do item que trata da ordenação de mulheres - todos os demais estão relacionados à questão sexual. A Igreja Católica defende, e vai continuar defendendo o que biblicamente considera ideal para o homem, para a família e a vida. Não poderá – em nome da defesa da vida – aceitar a liberalização do aborto. A despeito das separações de milhões de casais pelo mundo afora não vai abrir mão de ter como ideal o exemplo bíblico da Sagrada Família. Isso só para citar alguns exemplos.

Muitos dos movimentos que defendem o debate em torno dos assuntos citados acima trazem como argumento principal a diminuição do número de católicos no mundo. Mesmo considerando-se a necessidade de evangelizar mais e mais pessoas, é o pior dos argumentos. A Igreja centra seus objetivos na salvação. A salvação - com base bíblica - é focada na caridade, no inegoísmo, na ausência de vaidade, e no respeito à vida e ao próximo. A evangelização que não está inserida neste contexto desencaminha muito mais que salva. De que adianta uma multidão que, no fundo, continua seguindo a si mesma?

A serpente não cessa de gritar e milhões de acreditar: você é o maior, o melhor, o mais sábio. Você tem o direito de ter o prazer que desejar, afinal você é o dono de teu corpo e de tuas emoções. Se houvesse sabedoria no mundo ele seguiria tuas orientações e conselhos. Blá, blá, blá...