quinta-feira, 27 de maio de 2010

Perolas à margem da estrada

Dezenas delas vão ficando pelo caminho sem serem sequer vistas. Estão ali como um grande presente. O caminhante não as vê e vai deixando para trás o que Deus amorosamente preparou para ele.

É preciso lembrar-se de Natanael. Quando os discípulos de João disseram a ele que haviam visto o Cristo, lembras o que ele disse quando soube que aquele que diziam ser o Cristo havia nascido em Nazaré? “De Nazaré pode sair algo de bom?”. Esta foi a frase de Natanael. Dá para imaginar o tamanho da pérola que ele ia deixar ao longo de sua caminhada? Deixar de conhecer o Cristo por acreditar que em Nazaré nada de bom poderia nascer. Ainda bem que mesmo desconfiado Natanael foi procurar conhecer o Cristo.

Por este acontecimento – João 1, 46 – podemos avaliar o quanto ser preconceituoso – qualquer que seja o tipo de preconceito - pode ser prejudicial ao homem espiritual. Preconceito, discriminação, conceitos formados tendo por base verdades alheias, pequenas porções da verdade espiritual engarrafadas como verdade suprema e egos extremamente auto-avaliados. São lodos que escondem as pérolas que o Deus dá ao cristão e se entristece por serem deixadas à margem da estrada.

Será que já nos perguntamos porquê a história de Natanael está narrada no capítulo primeiro do evangelho de São João? Será que quer dizer que enquanto o lodo citado acima não for removido e limpo a caminhada espiritual verdadeira não começa?

Deixo a resposta contigo.

A Serpente do Éden não disse a Adão e Eva – representantes de toda humanidade no drama cósmico da criação – que seriam deuses. Disse que seriam “como deuses”. É bem diferente. Será que toda a causa do preconceito, e talvez de todo o sofrimento humano, não reside no fato da humanidade continuar acreditando no que a serpente disse? Muitos continuam acreditando que são deuses. Será que são?

A traça não come tesouros espirituais. Eles são permanentes