sábado, 8 de maio de 2010

Para quem Samine escreve?

          Para os que não descartam os “pontos de vista” inteiramente subjetivos. Para os que pautam suas vidas mais no “vinde e vede” que no “vede e vinde”. Para os que aceitam que a fé pressupõe a visão de analogias verticais e não horizontais. Para os cristãos gnósticos esclarecidos e amadurecidos aos quais – alguém já disse – “é dirigido todo o anúncio do Novo Testamento”. Para os que buscam a fé sem desprezar a ciência. Para aqueles que escutam cada vez menos os “gritos prazerosos mundo”. Para os que não sofrem de “reducionismo teológico”. Enfim, “para os que são fiéis à Sabedoria Eterna”.

           Segundo o ensinamento Cristão, a fé é um dom que ninguém dá a si mesmo. É dom que só Deus pode dar. É o viver no “vinde e vede” que evita a privação de vermos, “sem ver”, as belezas do mundo espiritual. Meus textos são, também, dirigidos aos que, meditando sobre o “vinde e vede”, afastam-se mais e mais do “vede e vinde”.

           O mundo está dominado por crenças. Milhares delas. Por nascerem no e serem do mundo são sustentadas apenas por ele. Com o tempo passam a sofrer de anemia e terminam por desaparecer. Dentro do próprio cristianismo existem dezenas. Um dia compreenderão que apenas uma ficará: a Igreja dos Apóstolos, a Igreja de Deus feito homem, a Igreja da tradição, dos Sacramentos e das preces, – a pátria espiritual para quem também escrevo.

          Alguns textos se basearão no simbolismo hermético. Entretanto, preciso dizer que o uso deste simbolismo não se dará nos seus aspectos mágico e divinatório. Não uso e não o usarei com esta finalidade. Apenas a profundidade mística deste seu simbolismo será por mim utilizada.

          O que escrevo tem a pretensão apenas de servir como fermento. Espero que este fermento possa conduzir o leitor a uma percepção ampliada do mistério católico.

            Ao encerrar, faço minhas as palavras de um católico do passado:
          “Trago em minha fronte o nome de Jesus, e morrerei com alegria pela fé que tenho nele. Não sou mágico nem herege; é a Jesus que rendo culto, é a sua cruz que trago no meu corpo”.